quarta-feira, 4 de maio de 2011

You can lie to yourself, but please don´t lie to me



Esse foi um dos filmes mais pesados que assisti. O lance é o seguinte, recentemente descobri o Gaspar Noé graças a uma amiga. Na verdade eu já conhecia o filme mais famoso dele, "Irreversível", dos tempos da faculdade. Nunca realmente assisti inteiro, mas de tanto a galera falar e mostrar cenas pra talvez se exibirem como mais espertos e descolados que os outros recém-saídos do colégio eu sentia como se já tivesse assistido. Como sempre fui meio relapso a nomes de diretores pra mim está sendo algo novo fuçar as obras do Gaspar, comecei assistindo "Enter the Void" que é uma piração extrema, faz você refletir um bocado, não tem exatamente um sentido óbvio e é existencialista pra cacete... mas no fim das contas o "I Stand Alone" me fez me sentir bem pior.




Na verdade, só pra resumir isso tudo do Noé, ele tem apenas 3 filmes, e esse é o primeiro. Depois veio "Irreversível" e só então "Enter the Void". Eu tô assistindo tudo na ordem inversa/aleatória, mas tá sendo demais. Talvez até no sentido ruim da palavra. Hoje quero assistir finalmente o "Irreversível".



Mas sobre o tal do filme, "I Stand Alone", por que ele me pegou tanto pelas bolas? Porque o monstro do filme é exatamente o lado mais sujo e obscuro que eu tenho e acho que muita gente tem. Afinal, esse é o segredo de um filme ser bom, não é? Fazer as pessoas se identificarem com o personagem, por mais monstruoso e podre que ele possa ser.

Tem tantas falas do personagem principal, um açougueiro fodido e falido, que eu mesmo já pensei ou até falei. O existencialismo é o fator principal do filme todo, pelo menos foi o que senti. Tudo no filme é frio, tudo semi-morto. Os personagens são completamente vazios, com pouca vontade de viver e ficam sempre esfregando na sua cara que a vida realmente não serve pra nada, ou pelo menos, que o sentido dela é muito vago.



As melhores passagens pra mim são quando o açougueiro raciocina sobre a sexualidade. Ele chega a uma conclusão que foi foda, porque é algo que também sempre pensei, desde lá os tempos dos 15 anos quando comecei a ter as minhas primeiras encrencas com o sentido das merdas todas. E quando você se identifica tanto com alguém como esse personagem, não é lá uma das melhores sensações. Ele diz algo como:

"Se você nasceu homem, seu dever é meter a rola em tudo. Se você nasceu mulher, você precisa satisfazer as rolas. As mulheres não tem rolas, então elas traem para se sentirem poderosas. Mas no fim das contas, estamos todos sozinhos. Mesmo trepando. Você está sozinho. Você nasce, vive e morre sozinho."

Pronto.



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