Festival Planeta Terra 2009 - Parte 1

Taí uma combinação que eu achei bizarra no começo, Playcenter + Festival. Acontece que acabou sendo legal pra caralho e de certa forma juntou todas as fases da minha vida.

Na sexta-feira ensaiei até as 23h e fui direto pra casa, queria dormir o máximo que desse porque sabia que sábado ia ser tenso pro meu pobre corpo. Afinal, eu tinha combinado de encontrar o Twingo e Gabi às 13h na catraca do metrô barra-funda. Isso significa que eu ficaria pelo menos 12 horas de pé, já que o show do Iggy Pop estava marcado pra começar meia-noite, sou ótimo em matemática.

Dormi, não tanto quanto eu queria, acordei umas 9 da manhã, ansioso(pra variar), pensando no show, no LSD, nos brinquedos e nas milhões de possibilidades. Enrolei um pouco, ouvi mais um pouquinho de Stooges e Green Day, daí me preparei pra sair. Esconderijos, óculos escuros, protetor solar fator 50, tudo OK.

Cheguei na catraca e descobri que o Twingo e Gabi se enrolaram e iam atrasar, cacete. Fiquei um tempo por lá só olhando a galera que ia chegando pra ir no show, gente de todo lado, de todo jeito, tinha até nego com plaquinha escrito algo tipo "Orkontro Iggy Pop!", eitcha!


Acabei indo pro Playcenter porque a Gabi ia se atrasar demais e o Twingo tinha dado um jeito de ir direto pra fila. Me guiei pelo "Turbo Drop", dava pra ver ele de longe então foi meu ponto de referência desde o metrô. Logo cheguei na fila e ainda tava tudo muito vazio e tranquilo. Já tinham cambistas vendendo ingressos à 90 reais, tô pensando seriamente em parar de comprar ingresso antecipado, todo show é isso.


Logo que cheguei encontrei o Twingo e entramos. Me revistaram, não acharam nada graças ao belo esconderijo, e em 10 minutos a gente já estava indo pela primeira vez na "Bumerangue". Simplesmente não existia fila nenhuma, foi sonho de pivete. Pra ter noção a gente foi com mais 2 pessoas só, tava tudo vazio. Nunca vi isso.


De lá fomos na "Looping Star", depois em outra montanha-russa violenta que não sei o nome mas dá umas 5 paulistinhas e tenta quebrar seu pescoço, e depois no Waimea, pra dar uma refrescada, encharcou mesmo. Não fomos no "Evolution" porque o pobre Twingo já tinha bebido pra caralho e tava com medinho de vomitar, nhé nhé nhé. Logo a Gabi chegou e fomos em todos os brinquedos de novo, também fomos no carrinho de bate-bate, e fizemos tudo isso mais 2x. Era viciante, até que enjoou e cansamos.


Lá pras 16hrs a gente tomou o doce e fomos assistir a primeira banda, Macaco Bong. Era instrumental, pesadão, boa até, mas ninguém tava muito na pegada de ficar por lá, compramos cervejas e fomos dar um rolê, esperando o efeito do LSD bater. Foi nessa hora que reparei como o Playcenter é minúsculo agora, andamos ele inteiro em menos de 15 minutos.

Chegamos no palco menor, que ficava em frente ao Castelo dos Horrores, e tava rolando a banda vencedora do concurso Coca-Cola, "Fuja Lurdes". Sinceramente aquilo parecia uma piada. Era a coisa mais pop-nojenta-escrota possível, deu uma vergonha alheia de arrepiar. É muito sério, foi horrível. No começo do show tinha bastante gente perto do palco, esperando pra ver qualé que era mas depois da segunda música já tava todo mundo rachando o bico e aloprando, da quarta música pra frente não tinha mais ninguém assistindo.


Claro que eu quis ficar um tempo lá, vendo de longe, quem me conhece sabe como eu gosto de ver a desgraça alheia, principalmente nesse tipo de situação. Foi patético, os caras pareciam saídos da "Malhação" ou de alguma micareta e o vocalista insistia em fazer dancinhas e pedir pra galera balançar o braço dando tchauzinho, ah vá tomar no cu.

Nesse meio tempo encontramos também a Talita, e inesperadamente o Matos, camarada de Volta Redonda. Ferdinand Wolf também tava por lá, mas foi só um oi ligeiro.


Assisti o "Móveis Coloniais de Acaju" pela primeira vez, eles já são conhecidos faz um bom tempo e sempre escutei um pessoal falar bem, pagar pau coisa e tal. Eu não curti nada além do normal, até achei que eles são tipicamente a banda que pessoas pseudo-intelectuais de faculdade devem adorar e também achei algumas semelhanças com o primeiro trabalho do "Los Hermanos", que nunca fui fã. Os caras tocam bem, são todos performáticos, mas...sabe né? Quando não pega, não pega.


Durante o show me matei pra comprar fichas e mais fichas de cerveja o sistema de pagamento com cartão de débito tava todo cagado, mas no fim deu certo. Comprei fichas pra 6 maravilhosas e deliciosas Heinekens.


Caiu a noite, e começaram os shows gringos. Também começou a brisa do candy, que foi acionada por uma última volta na "Bumerangue", foi sensacional sair dela completamente chapado. A primeira banda que assisti de verdade foi o Sonic Youth, porque o Primal Scream eu vi meio sem prestar muita atenção, conheço pouca coisa deles, e apesar de ser um show bom e com toda aquela pegada profissa de quem está há muito tempo nessa vida, não me atraiu muito não. Detalhe pro telão com imagens muito, muito loucas e o vocalista que parou e recomeçou umas 3 músicas. "Stop, stop!"


Depois do Primal Scream veio o Sonic Youth, uma das bandas que eu curto bastante e estava na expectativa pra um show fodido. Em 2005 o show deles foi muito curto e eu não estava na melhor das situações pra curtir. Dessa vez eles tocaram quase 1 hora e meia, mas eles escolheram um setlist estranho. Pra resumir, não tocaram nenhuma música que eles fizeram na década de 90. Teenage Riot, Kool Thing, 100%, Bull in the heather, etc,etc,etc, nada disso. Foi de doer o meu coraçãozinho emo.

A banda é poderosa e foi responsável por me fazer viajar insanamente o tempo todo, mas não dá pra negar que ficou a sensação de uma certa mancada. Eles gostam mesmo de microfonias, eu também acho foda, mas abusaram demais delas e deixaram de tocar algumas músicas importantes, eu entendo a liberdade de expressão artística e todo o cacete, mas bicho, vocês tão no Brasil. Toquem o que a galera pagou e quer ouvir! Caralho.

O show foi longe de ser ruim, só meio frustrante pra quem queria ouvir mais dos hits. Mas tudo bem, o rei da porra toda tava pra chegar...au,au,au!!!!!!!