terça-feira, 22 de setembro de 2009

Campo Grande - Final



Então foi assim, acabou o show do Jennifer Magnética, banda boa, mas o estilo não me agrada muito, é muito "seguro" e bonzinho. Aí foi nossa vez. Subi no palco e comecei a montar meus pedais, colocar setlists pra todo mundo e deixei meu copo de cuba (acho que era isso que bebi) e uma garrafa de água num lugar estratégico pra ir bebendo rápido nas chances que tivesse.

Tudo muito bem, tudo muito bom, aparelhagem legal pra caralho. Aí todo mundo afinado, pegamos o microfone e blábláblá, somos o Razorblades, lá de São Paulo, nossa bunda ainda tá quadrada por ficar 14 horas sentado no busão, blábláblá, viva o tereré, bláblá. E lá foi o show. Achei que foi melhor do que o esperado, pessoal correspondeu legal, pareciam estar curtindo, depois vieram pedir alguns CDs e uma menina veio elogiar por termos tocado The Vandals, dizendo que "Nossa, achei que só eu conhecia eles!". Muito bom.


Saí contente do palco, porque apesar do público não ser exatamente o "nosso" público, nós fizemos um bom show, ensaiado, sem erros, e com pegada e vontade o tempo todo. Me diverti. Fomos deixar as coisas no carro e quando voltamos pra dentro da balada que aconteceu o meu momento calígula. Como? Fácil, eu tinha acabado de entrar na balada e aí vem uma menina com o setlist na mão:

"Hey, hey! Muito bom o show de vocês!"
"Ah...que é isso, valeu! A gente tava meio travado..."
"Ahhh, que nada foi muito bom. Me dá um beijo?"
"Ahn??"
"É, me beija!"

A menina até que era bonita, eu já tinha cuba o bastante na cabeça pra beijar até meu pai, então não hesitei. Beleza, aí 2 minutos depois ela pára tudo e fala:

"Heeey, beija minha amiga também!" - puxando amiga que estava ao lado
"Oi!! Hehehe sou a amiga dela"

Essa era bem mais bonita, nossa. Achei que era pegadinha do Malandro, mas que fosse. Quando vi, tava uma baixaria só, beija aqui, beija ali, troca, vira, vem pra cá, ele é meeeeu, não é meeeeu. Caralho. Aí do nada elas pararam e falaram: "Você vai voltar com história pra SP seu safadinho". Deus do céu, de onde saíram essas aí? Quero mais!


Fiquei seilá quanto tempo com elas assim, só saía pra buscar mais bebida, e por isso não lembro nada dos outros 2 shows que aconteceram, estava bêbado e ocupado. As duas coisas juntas jamais vão permitir que eu lembre de nada. Eis que numa das andanças pro bar uma outra garota me para e começa a falar algo em espanhol. Achei que fosse zoeira também, mas não. Ela era Paraguaia. Campo Grande tem fronteira com o Paraguai. Essa menina era a mais legal de todas, tá talvez nem tanto assim, porque a segunda era bem, bem bonita também.

Fiquei lá conversando, e lembro que uma hora soltei a belíssima frase:

"Yo estoy muchooo lueeeeco!"

Ela ficou rindo do meu portunhol, e quando talvez a coisa fosse engatar, chegaram as duas taradas. Me puxando pela corrente do pescoço, igual um cachorro de rua. Eu até reclamaria, mas não tinha como ahahhaahaha. Aí foi o momento da minha amnésia alcoólica de sempre. Só volto a lembrar o que aconteceu a partir da hora que uma das duas estava passando mal, e resolvemos sair da balada pra deixar ela no carro da outra amiga.


Tudo bem, saímos, eu com medo porque não tinha conseguido avisar os caras e se eu tivesse me perdido ali, acho que estaria lá até agora. Entramos no carro, deixamos a que estava passando mal no banco de trás e ficamos lá no banco da frente. Aí começou a baixaria forte, como era de se esperar. Quando eu vi já tinha roupa pra todo canto, camisinha aberta, e pronto. Foi engraçado demais porque a coitada que tava passando mal desmaiada no banco de trás ficava dando aqueles gemidos de quem não está se sentindo bem, broxantes pra caralho, mas eu resisti.

Na hora de sair do carro foi engraçado também, a garota virou pra mim e disse que estava se sentindo meio culpada, que ela nem me conhecia, que nunca mais ia me ver, e blá blá blá. Eu dei uma resposta cafaj(g?)este, mas que soou mais cômico e verdadeiro do que qualquer outra coisa, disse: "Mas, essa é a graça. Eu não existo, nem você. A gente se usou hoje a noite e pronto." Ela riu, ficamos conversando mais uns 15 minutos, falei pra ela ir no show do outro dia que conversaríamos melhor e pronto. Saí desesperado pra encontrar os caras.

Por sorte achei eles todos bem loucos na frente do carro pertinho de onde eu estava. Contei meio por cima o que tinha acontecido, entrei no carro e desmaiei. Nâo sei de mais nada. Só sei que acordei no quartinho na casa do Ednan, com o Coyote e Cani dormindo e eu numa vontade louca de tomar banho e tomar um engov.


O chuveiro lá era sempre gelado, porque lá é quente pra dedéu, então foi bom pra começar o dia e tirar a ressaca. Logo que saí do banho encontrei o Ednan, ficamos tentando acordar os outros vagabundos porque ia rolar um churrasco na casa de uns amigos do Ednan, e queríamos chegar cedo pra aproveitar.

Depois de um pouco de luta, todos acordaram, se banharam e estavam prontos pro churras. Entramos no carro e fomos pro churrasco, antes passamos pra pegar o figuraça do Thiago.



Chegamos lá e parecia aquelas casas de Malibu, com piscina e o caraio. Chique, fino, crasse! Aí conhecemos a galera de várias bandas locais, começamos a beber e churrascar fortemente. Fiquei muito louco e por pouco não entrei na piscina de roupa e tudo. Empurraram um dos donos da casa na piscina, só que ele estava com celular, câmera digital e uma câmera que devia valer uns 2mil por baixo. Aí o clima ficou uma bosta, foi a hora que resolvemos sair. ahahahaha

Voltamos pra casa do Ednan e ficamos papeando sobre merdas aleatórias e, claro, mulheres. Tinham 2 japinhas que não saíam da minha cabeça, uma foi a que reconheceu The Vandals, e estava lá no churras também. Só que eu sou um animal lerdo, quem me conhece sabe, não tive a manha de chegar e falar nada com ela, na verdade eu nem tinha certeza se era ela, porque estava tão bêbado na outra noite...

Merdas aleatórias 1:


Merdas aleatórias 2:


Demos um tempo pra descansar legal e logo rumamos pro Motoclube onde ia acontecer nosso 2o show. Esse sim era um show que as expectativas eram das maiores, público mais louco, do punk rock e bagaceira em geral. Aì a gente fica em casa. O lugar era bacana, bem aberto e logo que chegamos já tinha um bom pessoal pro lado de fora. Entramos pra conhecer e eu filmei o Coyote brincando no cascalho:


Encontramos também o Rodrido e Diogo do Parkers, fizemos um puta rolê doido atrás de anfetaminas. Aliás, esqueci de contar aqui, durante os dois dias a gente rodou todas as farmácias de Campo Grande procurando as porcarias das anfetaminas. E não venderam em nenhuma porque nossa receita era de SP, ou por isso, ou por aquilo.

Ficamos botecando fortemente e logo entramos pra conferir o começo dos shows. Depois um tempinho começou o primeiro show, da banda "Staminas", só de meninas. Foi bem legal, primeiro show delas, curtinho, tocaram só uns 5 sons do Ramones. Aliás, esse dia era tributo ao Ramones, e o legal é que misturou bandas de diversos estilos, tocando sons próprios e alguns Ramones em versões dentro do estilo da banda.


Depois teve show do Trakinas, bandas mais focada no HC direto mesmo, bem furioso o show dos caras, e os Ramones rolaram na fúria. A próxima banda foi o "Bestial War", banda de Thrash Metal, foi legal ouvir as versões loucas de Ramones que eles tocaram. O baterista mandou pra caralho!

Daí veio o pessoal do Crossover, "Ataque Nuclear", tocando um som próprio nervoso, violentão, e muito bem ensaiado. Bem anos 80 a pegada.

A última banda antes da gente foi a galera do "Maledetos". Eles seguem uma linha meio Matanza e o show foi muito bom, divertidão e mandaram os Ramones numa pegada própria que agradou. Vale lembrar que essa altura o pico tava lotado, tinha entre 150 e 200 pessoas lá, maioria pogando o tempo todo.


Aí foi nossa vez, eu já estava daquele jeito, afinal a dose de Smirnoff lá era 3 reais. SIM, 3! Daí, subimos no palco e logo que começamos a tocar sentimos que o show ia ser diferente, resposta da galera fodida logo na primeira música. Esse foi nosso show mais longo(ui) até hoje, tocamos 17 músicas, 5 foram Ramones.

E foi foda demais ver a galera pirando em cada música, se matando no pogo, pulando, escalando pilastra, gritando entre as músicas. Foi de lavar a alma memo.

Bem foda, e no pós show novamente rolaram azarações bicho! Todo mundo na crista da onda. Mas não rendeu fruto nenhum, foi até meio perigoso, a maldita tinha namorado...pô, não se faz isso! Saímos todos ilesos e puros, e fomos direto pra casa do Ednan pegar as coisas e de lá pro aeroporto.


Como toda viagem foda, zica tem que acontecer até o último segundo, e não foi diferente com essa. Atolamos no caminho pro aeroporto, quando passamos por um atalho maluco numa estrada de terra. Ainda bem que não estávamos tão em cima da hora, um pouco de luta, pedras debaixo do pneu e reza braba fizeram a gente conseguir sair.

Aeroporto, todo mundo cansado, feio pra caralho, mó galera acompanhando a gente lá, ajudando a carregar as coisas, foda demais. Por pouco não barraram meu baixo, porque ele não tem hardcase, mas tudo foi resolvido. Comemos alguma coisa e aí foi hora de dar tchau e embarcar. É uma merda se despedir né? Você diz até logo, mas sabe que vai demorar pra caralho pra ver o pessoal de novo, e até provavelmente não vá ser a mesma galera quando voltar...


Fomos correndo pegar o vôo, porque ficamos enrolando demais nas conversas e nos atrasamos. Aí saímos correndo pela pista, eu nunca tinha embarcado assim, nesses aviões pequenos que você entra pela escadinha. Entramos e o Coyote foi pro lugar dele que era no fundão. Eu e Cani ficamos logo nos primeiros lugares (lembra? A gente ganhou promoção sem querer pra ir na classe executiva). Sentamos e eu comecei a ficar com medo daquela porra ahahahha. Nunca tinha voado em avião de só duas fileiras de 2 poltronas. É muito pequeno.

Eu cagando de medo 1:


Eu cagando de medo 2:


Meu medo fez sentido quando o avião decolou, eu sentia o ar passando embaixo, em cima, sentia ele tremer nas curvas, qualquer turbulência era tensa, aaargh! Meti o fone de ouvido na viagem inteira e o único momento que eu realmente consegui relaxar foi quando rolou "Universally Speaking" do Chili Peppers, nossa, essa cena foi foda. O céu estava limpo, milhões de estrelas, e as cidades pareciam estrelas lá embaixo, essa hora eu brisei loucamente.

A viagem de avião foi ridiculamente rápida, 1:15h. Achei até que estivéssemos parando pra fazer escala em outra cidade, mas não, era o destino final. Campinas. De lá íamos pegar um ônibus até a Barra Funda e voltar pra casa.

Vídeo idiota:


Assim foi, voltamos cada um pra sua casa, cheguei exausto e fui dormir legal pra caralho.


Só boas recordações, mais uma viagem que valeu a pena cada segundo :D

2 comentários:

Jennifer Dias disse...

consegui imaginar nitidamente a cena das 'groupies' hahahaa e dei muuuuuita risada nessa parte aqui: "Empurraram um dos donos da casa na piscina, só que ele estava com celular, câmera digital e uma câmera que devia valer uns 2mil por baixo. Aí o clima ficou uma bosta, foi a hora que resolvemos sair. ahahahaha"

você é demais hahahah


queria ter visto essa banda de trash fazendo cover dos ramones! e essa da smmirnoff por 3, até eu que não bebo ia tomar porre disso!

beeijos

Tércio disse...

Eu vou na próxima, sem falta.

Sem mais,
T.